Ela tinha somente 9 anos quando começou a trabalhar com vendas. Catiani Castilhos, é a nossa executiva de vendas Audi, e tenho certeza que se você ler até o final desse texto, não vai imaginar que a colega sorridente, alto astral, cheia de simpatia, teria uma história recheada de tantos desafios, mas também grandes conquistas.
De família humilde, na época moravam em Francisco Beltrão, ela era a mais velha de três irmãos. Muitas vezes a mãe que trabalhava com faxina, dizia a menina. - Não temos muito para cozinhar hoje, sai e tenta vender algum produto da Avon. - E lá saía a menina que se sentia adulta e responsável em poder ajudar a mãe com as responsabilidades da casa. E ela sempre vendia.
Aos onze anos, já morando em Novo Hamburgo, com fama de boa vendedora, vendia para o tio, erva e mel. Saía com uma sacola de produtos em uma mão e na outra, tantas vezes era a mão do irmão, Flávio, que ela segurava para não deixa-la sozinha. Depois começou a vender roupa de porta em porta e aos 12 anos, para ajudar na renda familiar começou a fazer faxina na casa de uma senhora que tinha uma padaria. Vendo o empenho da menina fez o convite para trabalhar no Panifício. Naquela época ela tinha 14 anos e mentiu a idade para a ‘patroa’ contratá-la, hoje ela fica chateada de ter um rabisco infantil na carteira de trabalho, mas na época a única coisa que pensava era em aproveitar a oportunidade, afinal as melhores coisas que ela comeu na vida, vinham daquela padaria. Passado algum tempo, os proprietários decidiram fechar a padaria do Vale dos Sinos, se mudar e abrir uma nova no município de Guaíba. E lá se foi a menina a convite dos empreendedores para trabalhar em outro lugar, mas a saudade da mãe e dos irmãos era muito grande, e ela decidiu voltar. Um vizinho da mãe soube que ela estava desempregada e lhe indicou uma vaga em uma indústria calçadista. Lá ela fechava caixas de sapato, limpava com solventes as palmilhas e a noite estudava, naquela época a remuneração era bem pequena.
Algo que ela nunca perdeu foi a fé, quando algo difícil a afligia, era nas orações e num bate-papo com Deus que ela encontrava paz. E depois de uma noite cansada pediu em oração que uma nova oportunidade de trabalho se apresentasse, que ela não se importava de trabalhar muito, mas queria oferecer uma vida melhor para quem ela amava. No outro dia viu em uma loja de calçados o anúncio de vaga para vendedora, entrou e se candidatou, o dono da loja relutante avisou que a vaga era para quem tinha experiência e não era o que ela tinha para oferecer. Desafiada, puxou toda simpatia, capacidade de persuasão e articulada convenceu o dono do estabelecimento a contratá-la. No final do primeiro mês, ela era a melhor vendedora, o que lhe rendeu mais tarde o cargo de gerente da loja e algum tempo depois foi a profissional responsável pela unidade de Novo Hamburgo.
Sempre buscando crescer, ela decide auxiliar uns amigos que precisavam de alguém para vender anúncios em uma revista automotiva. Empolgada com o desafio, fez uma proposta ousada para os amigos e encarou de frente o novo mercado. Ela andava toda a avenida Sertório, indo de lojista em lojista para vender as inserções, um empresário de São Paulo, observou o trabalho dela e fez a proposta para vender carros em uma loja que ele estaria abrindo. E naquele momento, um universo novo se abriu para Cati. Na nova loja, ela se tornou a melhor vendedora, teve muitos convites inclusive para trabalhar na antiga Audi Star, mas depois veio a VW, a Kia, Hyundai HB20, Hyundai Caoa e por onde passou ela acumulou prêmios, viagens e as primeiras colocações no ranking nacional de vendas das marcas onde atuou.
Em 2020 recebeu a proposta do gerente Ricardo Genz para trabalhar na Audi Top Car. Se iniciava uma nova jornada de desafios, em uma Empresa Premium, com clientes diferenciados, onde a exigência seria maior. Sempre em busca de superar-se, encara com brilho nos olhos, buscando sempre conhecimento, tendo atenção e comprometimento com o que faz.
“Temos obrigação de dar o nosso melhor, na família, no trabalho, porquê a vida é muito curtinha para sermos médios. Não me considero uma vendedora, de máximo resultado, mas trabalho para ver resultado na conversão do negócio. E no final do mês tenho certeza o que efetivamente fez diferença, foi como eu lidei com cada cliente, cada pessoa que tive a oportunidade de conhecer ou reconhecer. Sempre busco ser alguém melhor que ontem em tudo que faço”, finaliza Cati.
